terça-feira, 14 de julho de 2009

Com o tempo percebemos que o que gostaríamos de ser e o que somos na realidade são duas coisas totalmente diferentes. Da fantasia que temos sobre nós fica apenas um projeto. O projeto de não ser comum, de não nos misturarmos, de não passarmos despercebidos.
Quando eu era criança meu irmão Jorge dizia que eu era sua irmã colorida. Um dos melhores elogios que eu ganhei na vida. Também uma das minhas fantasias preferidas. Queria ser amiga colorida, namorada colorida, mãe colorida, tudo em cores. No entanto, acho fiquei preto e branco.
Quem sabe, com o passar dos anos eu não consigo chegar perto desse projeto e viro uma velhinha maluca. Com a boca borrada de batom, falando bobagens, divertindo os passantes, vivendo uma velhice colorida e cheia de gente tentando me proteger da minha irresponsabilidade. Essa sim, é uma fantasia que vale a pena.

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