quinta-feira, 14 de maio de 2009

Spam

Dentre todo o lixo eletrônico que eu recebo diariamente, sempre oferecendo coisas que estão longe de me interessar, hoje um deles ganhou o prêmio de originalidade:

Você anda desconfiando da fidelidade de seu/sua parceiro(a)?Não quer contratar um detetive particular?Conheça o curso que preparamos para que você mesmo possa investigar.Isso mesmo! SEJA VOCÊ O DETETIVE! Com este kit você saberá de tudo! Não fique na dúvida, adquira agora mesmo!

Tá, acho que eu me divertia mais quando recebia ofertas de equipamentos prometendo aumentar partes do corpo que eu não tenho.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Difícil

Pitty posando de pin up é duro de engolir. As imagens são risíveis. Para quem tem interesse em rir um pouco ou algum fetiche com essa criatura http://www.mtv.com.br/pittysensual.
Pobre Dita, pobre Bettie Page...

Mais um que se vai

Da série Cinemas-Fantasma feita por Guilherme Caldas.





http://www.candyland.com.br/
A cada dia que passa fico mais e mais convencida de que o mundo em algum momento vai me enxotar. Não gosto de dirigir, não tenho a menor vontade de ter um carro, não quero fazer nenhum contato empresarial, detesto a idéia de que tudo tem de ser perfeito, moderno, adequado, higienizado e planejado. Nada me interessa menos do que a última novela, não quero gesso no meu teto nem mesa de centro na minha sala. Adoro galpões, botecos de bairro, sinuca e andar de metrô.
Embora dividida, gosto de ter parado de trabalhar para cuidar um pouco do meu filho e, com o perdão da palavra, foda-se quem acha que para ser independente é necessário ganhar dinheiro. Independência vem da inteligência e não da conta bancária. Defendo as mulheres que trabalham porque essa é a opção delas. E foda-se quem discorda, mas em algum momento vou sustentar a casa para o meu marido ter o direito de fazer o mesmo ou de ser um completo "inútil". E se for necessário, trabalharemos os dois. E é isso.
E só para constar, prefiro ir a um cinema ou a um parque do que ter onde estacionar um carro.
Desmontaram o Parque Alvorada e demoliram o Cine Plaza para construir uma igreja. Faz sentido. Afinal o mundo precisa de mais estacionamentos para os milhões de carros desnecessários. Necessitamos de novos púlpitos para os profetas que pipocam aos montes. Quem precisa de fantasia em uma realidade tão encantadora quanto a nossa? Quem precisa de filmes e diversão quando as pessoas estão inteligentes, perspicazes, humanas... Certo?
Cafeína, açúcar, álcool, música e depois sair. Ou levantei, tomei um café, comi um pão, tomei minha homeopatia, cantei a música do indiozinho e fui levar meu filho para a escola.
É fácil fazer uma vida parecer menos corriqueira do que ela realmente é.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O volume da música está ensurdecedor. A bebida já domina minha vontade. Olhando em volta só há um tremendo desconforto. Tudo é confusão. Tudo é bobagem. Frases inteligentes são ditas aos montes. Nenhuma que valha a pena. Esse sentimento que não passa. Essa impaciência. Quero algo que me derrube. Tento perder um pouco da lucidez. Mas esse sentimento não passa. Nada passa.
Vou para casa. Deito e ouço que cheguei cedo. Um silêncio morno toma conta de tudo. Um abraço. Paz. Tudo passa.
Entre todas as fotos que vi ontem, nas memórias de uma história que já não precisa ser coerente, reconstruí minha vida. Os abraços, as brigas, os sorrisos. Revi minhas falhas e meus orgulhos.
Tentei dar para as minhas perdas algum sentido. Ouvi as vozes que marcaram as noitadas bêbadas e mesmo as sóbrias. Reagi de novo, ruborizei de novo, a cada erro de julgamento e a cada elogio.
Voltei para minha infância por alguns segundos e cresci 33 anos em uma hora. Vi meu filho nascer. Reconheci de novo o primeiro choro dele como a voz que eu ouvia quando estava grávida. Então dormi com meu amor de novo como se isso nunca tivesse acontecido.

Queria ser um cartão postal

Gostaria de ser imagem. Apenas imagem. Uma figura imutável, silenciosa, eterna em apenas um momento, surda para o mundo, impenetrável, inaudível, bela, irretocável. Um postal, uma foto, um quadro, quem sabe uma estátua. Perfeita mesmo em minhas imperfeições.
Não sentir, não dizer, não ouvir, não desejar...
Em tudo que eu não posso ser existe esse desejo de ser apenas imagem. E não algo falho, mortal, barulhento, insensato, absolutamente sem mistério. Algo apenas imperfeito.