quarta-feira, 15 de julho de 2009

Drama

Esses dias, lendo meus textos, meu marido me perguntou se eu estava triste, insatisfeita. Dei risada, respondi que não, mas entendi o motivo da preocupação. Acho que quando escrevo não consigo dizer muito sobre felicidade. Ou não sinto necessidade de escrever sobre ela. São as minhas dúvidas e inseguranças que precisam ser expurgadas. A alegria eu prefiro guardar ou simplesmente não sei como trazer para o meu texto.
E só para sossegar meu amado, talvez seja por isso que eu não escreva tantas vezes quanto ele gostaria. Nesse momento sou mais feliz do que infeliz, embora essa drama seja parte da minha personalidade.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Com o tempo percebemos que o que gostaríamos de ser e o que somos na realidade são duas coisas totalmente diferentes. Da fantasia que temos sobre nós fica apenas um projeto. O projeto de não ser comum, de não nos misturarmos, de não passarmos despercebidos.
Quando eu era criança meu irmão Jorge dizia que eu era sua irmã colorida. Um dos melhores elogios que eu ganhei na vida. Também uma das minhas fantasias preferidas. Queria ser amiga colorida, namorada colorida, mãe colorida, tudo em cores. No entanto, acho fiquei preto e branco.
Quem sabe, com o passar dos anos eu não consigo chegar perto desse projeto e viro uma velhinha maluca. Com a boca borrada de batom, falando bobagens, divertindo os passantes, vivendo uma velhice colorida e cheia de gente tentando me proteger da minha irresponsabilidade. Essa sim, é uma fantasia que vale a pena.